ORIENTE – SE

30/11/2010

Sharada, em Joinville

 

Que o ocidente e o oriente sempre estiveram muito ligados, não é nenhuma supresa. Entretanto, se pararmos para ver com um direcionamento clínico, nos últimos duzentos anos é que essa relação se tornou mais próxima e somente no período pós-Segunda Guerra é que isso foi se tornando íntimo, a ponto dessas fusões convergirem em culturas muito simbióticas e exemplos não faltam. Nas histórias em quadrinhos temos a influência pungente de Walt Disney sobre a obra de Ozamu Tezuka, por meio da cultura dos “olhos grandes”. Na música, enquanto os Ventures e muitos astros de mpb (Os Incríves e Jorge Ben) ajudavam a lapidar o gosto dos nipônicos pela música pop ocidental, os Beatles, Rolling Stones – bem como outros muitos – recebiam a influência da Índia, tanto em sua musicalidade (vide “My Sweet Lord”, de George Harrison, e a cítara em “Paint It Black”, dos Rolling Stones) quanto em seu modo de vida. O Brasil não ficou longe desse boom, já que o secular clássico hindu, Bhagavad Gîtâ, tornou-se “Gîtâ”, pelas mãos de Raul Seixas e Paulo Coelho.

No cinema, contudo, intensas trocas ocorreram. Podemos citar a forma com que Akira Kurosawa passou a adaptar histórias Shakespeareanas para o Japão feudal: “Trono Manchado de Sangue” para “Macbeth” e “Ran” para “Rei Lear”; sendo também, por sua vez, recontado para o público ocidental por meio do cinema de faroeste: “Os 7 Samurais” que pelas mãos de John Sturges e William Roberts tornou-se “7 Homens e Um Destino” e “Sanjuro”, que na Itália, pelas mãos de Sergio Leone e Luciano Vincenzoni transformou-se em “Por Um Punhado de Dólares”. Da China, podemos citar a precisão dos antigos filmes de Jimmy Wang Yu, Hark Tsui e John Woo, facilmente comparáveis a Sam Peckinpah, em termos de ação e de movimentos de câmera; ou talvez a profundidade dos filmes de Ang Lee e Zhang Yimou, que podem figurar entre seus parceiros do cinema europeu.

Quanto à Índia, apesar de não termos tido acesso à produção Bollywoodiana, muito também foi-nos retratado por meio de filmes que a TV sempre reprisava. Se por um lado víamos a idéia de liberdade retratada em “Mogly, O Menino Lobo”, por outro lado nos constipávamos com o enfadonho, prolixo e insuportável “Passagem Para a Índia”, de David Lean. Contudo, nossa melhor imagem ainda é a do maravilhoso “Convidado Trapalhão” (The Party), filme de Blake Edwards, no qual Peter Seller vivia Hrundi V. Bakshi, um desastrado ator indiano convidado por engano à festa de um magnata do cinema de Hollywood e que, apesar já ter pra lá de uns quarenta anos, continua atual.

Hoje, Bollywood ganha um destaque cada vez maior no ocidente, já que consiste na maior indústria cinematográfica do planeta. Também pudera, para atender um público de cerca de 1.2 bilhões de pessoas, haja indústria de entretenimento. Sua produção mais recente, “Quem Quer Ser Um Milionário”, caiu nas graças do ocidente e serviu como um novo marco do cinema oriental e vale lembrar que não seria nenhum exagero este filme figurar em nossas prateleiras ao lado do famigerado “Cidade de Deus”. Mesmo com direção de um inglês o filme revela a Índia. Ademais, após tanto trabalho ao logo de milhares de anos, a Índia merece ser reconhecida por seu trabalho cultural. Ah sim! Esqueçam da novela pândega e vão assistir bons filmes do oriente!

Além dos filmes indianos, temos profissionais da Índia competindo com um cinema de qualidade até mesmo nos estrelados estúdios de Hollywood, nos Estados Unidos. O diretor indiano M. Night Shyamalan deixou o público e críticos de queixos caídos com seu “O sexto sentido”, suspense que chegou a ser indicado ao Oscar em 6 categorias, inclusive a de melhor filme. Logo de cara Shyamalan se tornou um Cult no meio dos cinéfilos. Entre seus filmes estão: “Sinais”, “Corpo fechado”, “A vila” e “A dama na água”, verdadeiras bombas para alguns, pérolas cinematográficas para outros. Seu novo filme “Fim dos tempos” não é diferente, o estilo de filmagem diferenciado do indiano é visível do inicio ao fim da nova produção. Os filmes da Trilogia de Apu, do diretor indiano Satyajit Ray – A Canção da Estrada (1955), O Invencível (1957) e O Mundo de Apu (1959) – dialogam com o neo-realismo italiano, apresentando a Índia para além das paisagens. Belos e tocantes. Desse modo, na trilogia de Apu, tem-se o herói, herdado do melodrama, que precisa triunfar sobre as dificuldades impostas pelo abismo social que se lhe apresenta. Não ter assistido ao cinema ético do indiano Satyajit Ray, como diz Akira Kurosawa, “significa existir no mundo sem ver o sol ou a lua”.

Para informar um pouco mais, na Índia, convivem tanto as produções comerciais de Bollywood (faladas em hindi, língua majoritária no país), de Kollywood (segunda maior indústria, faladas em tamil) e de Tollywood (em telegu e em bengali), quanto expressões mais pessoais, em geral subvencionadas pelo governo, egressas da elite cultural, intelectual e financeira bengali: enquanto de um lado segue-se a fórmula de filmes de longa duração que, melodramáticos e sentimentais, misturam diversos gêneros (ação, comédia, romance, suspense) em tramas banais recheados por números de dança e de música, de outro lado há a influência marcante do cinema ocidental, seja Eisenstein (especialmente em Ritwik Gathak), neo-realismo – a exibição de Ladrões de Bicicleta em Calcutá em 1952, fundamental para a realização de A Canção da Estrada –, Jean Renoir (que, ao filmar O Rio Sagrado, tem Satyajit Ray na assistência de direção), ou as obras americanas de John Ford e de Orson Welles.

Sharada Ramanathan

Quem confirma bem isso tudo é a indiana Sharada Ramanathan, diretora da MS Media e da Golden Square Films e assessora especial em economia criativa para a Organização das Nações Unidas (ONU). A cineasta esteve no Brasil ministrando algumas palestras sobre empreendimento e cultura. Durante a visita, compartilhou um pouco de seus conhecimentos e interesses comigo.

Sharada trabalha com filmes nacionais, coorporativos, publicitários, comerciais e todos esses setores audiovisuais. “O setor privado serve para ganhar dinheiro, mas eu também necessito explorar meu lado criativo, de inspiração, produções independentes”, explica. “Quem irá lançar meus filmes? Eu tento contrabalancear as duas coisas.”

 Ela gosta muito do Brasil, é apaixonada pelo país. “Acredito que os filmes indianos poderiam circular melhor no país”, comenta Ramanathan. Para a cineasta, países como o Brasil, a China, a África e a Índia precisam fazer mais trocas. “Esses países têm um vasto potencial criativo lucrativo para ser explorado”, justifica.

 E não é que ela gostou da novela! Sua tradutora, companheira de trabalho na ONU e amiga, Ana Carla Fonseca Reis, conta que Sharada sorriu com o que viu e ficou muito empolgada. Para ela, a novela pode trazer uma ligação mais forte entre os países. Será?

Enfim, a diretora indiana já esteve no Brasil em outras circunstâncias, em alguns congressos e encontros.  Mas de qualquer forma, essa viagem ao Brasil é muito singular porque ela acredita que aqui existem novos mercados e um potencial criativo muito grande em ascensão. “Espero que quando voltar para a Índia eu possa levar possibilidades futuras e concretas de trabalhos de parcerias entre os dois países.”

Revelando a Sharada

INVENTA – Qual a ligação entre a economia e a produção de filmes? A que se deve o impacto econômico da produção de filmes? Como a cultura acompanha o desenvolvimento econômico do país?

SHARADA – Eu não sei se vocês sabem, mas o audiovisual na Índia já tem quase 100 anos. Devido também a essa história e a um crescimento na economia nos últimos anos, a Índia se tornou um pólo de tecnologia em filmes comerciais e publicitários. Mas o que é importante é que ao passo em que essa economia cresce é crucial que o conteúdo e as idéias também cresçam. Porque uma coisa acaba sustentando a outra. Para que a economia cresça, as idéias e os conteúdos têm que também se aprimorar. É por isso que a cultura e a economia devem caminhar juntas. É o potencial de mercado do país que acelera a sua capacidade de produção. Isso não diz respeito apenas ao audiovisual. A Índia, o Brasil e a África do Sul devem fortalecer a aliança que vêm criando devido a suas fortes culturas e ao crescimento de mercado.

JUANAO Oscar mostrou o cinema indiano para o mundo. Entretanto, é importante salientar que já a partir de 1999 os grandes estúdios americanos e algumas companhias européias já tinham dado partida visando à conquista deste mercado. O que mudou na produção cinematográfica da Índia com esse reconhecimento?

SHARADA – Boa pergunta. O mercado cinematográfico da Índia é realmente muito grande. É um mercado de várias centenas de milhões de dólares. E com certeza o filme “Quem quer ser um milionário?”, conseguiu atrair uma maior curiosidade sobre o mercado indiano, mas há dois tipos diferentes de filmes produzidos:  os filmes do mercado indiano e os filmes de um mercado internacional que apelam para conteúdos indianos. Apenas usam o espaço e os atores indianos. Mas já havia indianos trabalhando na Europa com cinema e nos Estados Unidos. Inclusive, o filme que eu dirigi foi premiado em Los Angeles. Mas, além disso, temos uma série de festivais tradicionais e outros nem tanto, que vêm difundindo o cinema no mundo todo. E acima de tudo, a internet, que vem abrindo uma nova variedade de canais para uma nova humanidade. O próprio autor da música do filme “Quem quer ser um milionário?” talvez não tivesse ganhado um premio equivalente no mercado indiano, porque eles valorizam uma cultura diferente e a concorrência nesse sentido, na Índia, é uma coisa impressionante.

 

JUANAO filme vencedor do Oscar, “Quem quer ser um milionário?”, pode ser considerado uma porta de entrada para outros filmes indianos nos mercados estrangeiros, como o Brasil?

SHARADA – O diretor do filme não é indiano, porém todo o restante da equipe (cinegrafistas, roteirista, operador de som, etc) é composta por indianos. Por este lado, pode ser considerada uma porta de entrada. Mas meu trabalho é muito anti-Bollywood. Meu trabalho é mais independente, alternativo. Não obstante, sou uma das únicas cineastas do país a defender lá dentro o filme vencedor do Oscar. Exatamente pelo fato de que, mesmo com um diretor inglês, o time do filme é todo de indianos e a própria ambientação também, isso traz um benefício de exposição no país muito bom. Para complementar, com uma visão de outro ângulo, o filme Elizabeth, foi dirigido por um diretor indiano, há uns 10 anos ou mais. Embora isso, não deixou de ser um filme contemporâneo e retratou uma história absolutamente inglesa. Então, essa questão é sempre uma moeda de duas faces. O “Sexto sentido” e o “Fim dos Tempos” se encaixam nesse mesmo contexto.

JUANAExistem diferentes linhas de cinema na Índia. Hoje, o mundo conheceu Bollywood. E as outras indústrias?

SHARADA – Há cinco grandes linhas de indústrias audiovisuais na Índia, Bollywood é uma delas, de uma região. A minha cidade representa Kollywood. Ainda há outras três, cada uma com características bem peculiares. Eu tenho colegas de Bollywood que ficam inquietos por eu falar bem do filme de Danny Boyle, por conta de ser de outra vertente. Bollywood, Kollywood, Tollywood, Sallywood, Shollywood (…).

JUANAO filme indiano Dhoom:2, do diretor Sanjay Gadhvi, foi filmado aqui no Brasil, no Rio de Janeiro. Esse seria um exemplo de um novo caminho, uma experiência entre os dois países?

SHARADA – Foi um filme produzido na Índia e filmado no Brasil, então não tem muita ligação. Ele teve uma bilheteria mais ou menos na Índia, porém serve como um exemplo. Um começo, quem sabe.

JUANAA Índia não tem só maior produção, mas tem a maior bilheteria do mundo. Essa bilheteria tão grande é voltada aos filmes indianos ou estrangeiros?

SHARADA – Os grandes créditos são para os filmes indianos sim e não para os americanos e de outros lugares, como aqui no Brasil. O filme vencedor do Oscar, por exemplo, teve uma bilheteria pequena na Índia. Talvez porque eles já estejam acostumados com essa temática, pois outros filmes já foram produzidos de forma parecida. Isso porque no meu país há uma variedade imensa de filmes sendo lançados.

JUANAA Índia produz mais de 1000 filmes por ano. No ano passado, 2008, o Brasil produziu cerca de 80 filmes. A que se deve esta diferença tão grande?

SHARADA – Primeiramente à grande população da Índia, com mais de 1 bilhão e 150 milhões de pessoas. Além disso, o país tem uma estruturação de mercado que aqui as pessoas não têm, em termos de distribuição. As pessoas colocam todas as fichas na produção e pouquíssimas na distribuição, isso faz com que a demanda não seja atingida. Ainda, na Índia, existe uma cadeia muito mais equilibrada. O que é produzido é assistido. O indiano adora os filmes feitos no seu país. Aqui eu percebi que ainda existe uma dificuldade nessa aceitação.

JUANAO próprio ator nacional, na Índia, tem um grande destaque, muitas vezes visto como “deus” pelo público. Como é essa relação?

SHARADA – Acredito que essa relação exista em todos os países. Mesmo no cinema americano. Nas novelas. Mas tem uma relação bacana na Índia, porque nós produzimos mais de 1000 filmes, além desses 1000 lançados ainda existem os incompletos e os censurados, é praticamente o dobro desse número que já é gigantesco. Nisso tem um aspecto importante, que é a conexão desses filmes com a vida das pessoas. Eles criam uma intimidade muito realista com os atores. Conseqüentemente, acabam se tornando ícones para o público. 

JUANADe que forma a Índia e o Brasil poderiam unir culturalmente esse potencial criativo tão evidente nos dois países?

SHARADA – Eu acredito que há na Índia um mercado muito bom de trocas de idéias e de criatividade a ser explorado pelo mundo. E tem uma curiosidade muito latente de um país para o outro. A novela sobre o país, por exemplo, no Brasil, abriu uma espécie de caixa de pandora. Ela não retrata a realidade, mas é inspirada em novelas indianas. E novelas sempre trazem fantasia. A Índia fala 22 línguas e mais de 200 dialetos, todos os lugares possuem uma diferença cultural muito grande. Desta forma, a novela vai acabar mostrando um costume específico de uma parte do país, muito bem inspirada, inclusive. Mas deve deixar claro que essa é uma visão particular e não real.

ANA CARLA – Quando a Sharada chegou no aeroporto, no Brasil, as pessoas comentavam: “que bacana, você é indiana”. Isso nunca tinha acontecido. Acredito que ela ficou muito feliz com essa recepção, que só ocorre por causa da novela. Então, se abriu uma curiosidade.

JUANAComo aliar, dentro do mercado, criatividade e reconhecimento financeiro?

SHARADA – Para ser criativo e ganhar dinheiro é necessário um certo “conforto cultural”, em qualquer área. Isso quer dizer, você deve se apaixonar pelo o que faz e se sentir à vontade em relação ao seu trabalho. Se quem esta fazendo o filme não gostar do trabalho que esta desenvolvendo, ninguém mais vai gostar, conseqüentemente. Uma questão fundamental também, é saber compreender a audiência. Não focar seu trabalho apenas para si próprio, ou para quem produz. Tem ainda o fator do comprometimento e do saber trabalhar em grupo. Eu trabalho, diariamente, com mais de 100 pessoas, mesmo em um comercial. Devo saber aproveitar toda essa equipe. Isso me traz um retorno ideal. A primeira idéia ao se produzir algo é entender as pessoas. A sua audiência. Isso formará elementos que irão traçar alguns caminhos do filme, o que vai preencher o restante, é o instinto criativo da pessoa. É esse instinto que fará a diferença no final. Alinhando o interesse do produtor e diretor, com o interesse do público.

JUANAComo uma ativista cultural que defende a diversidade vê a cultura brasileira cinematográfica?

SHARADA – Eu não vi muitos filmes brasileiros, vi alguns. Gostaria de ver muito mais, até por contas dessas possibilidades de trabalhar junto com o país. Vou passar uns meses aqui e pretendo conhecer mais coisas (risos). Não só os filmes comercias, mas as produções independentes também. Eu acredito que existam traços muito comuns entre o meu país e o Brasil, esses traços podem trazer parcerias incríveis. Temos em comum a paixão pela vida, a alegria, o respeito à criatividade e a diversidade cultural. Desta forma, podemos vir a criar co-produções com maior facilidade do que ocorreria entre a Índia e os Estados Unidos, por exemplo.

JUANAAssim como o Brasil, falando singularidades, a Índia possui grandes problemas sociais. Essa realidade, assim como a divisão de castas no país é representada nos filmes indianos?

SHARADA E ANA CARLA – Sim, alguns filmes retratam isso como retratam a realidade. Para o povo indiano essa questão é muito mais cultural do que social. O filme de Danny Boyle usa muçulmanos para evitar entrar nessa questão. Cada um trabalha com os seus valores e costumes.

JUANANos indique um filme e um livro que considere de qualidade para você.

SHARADA –  Prefere não citar. Pensa em muitos.

ANA CARLA – “A Economia Politica da Arte”, de John Ruskin e o sempre imperdivel “Saneamento Basico”.

 

 

CURIOSIDADES

 

Diretor indiano de 11 anos quer filmar com Roberto Benigni. O menino, Kishan Shrikanth, depois de observar crianças vendendo jornal no semáforo, Kishan escreveu um conto sobre um órfão que queria ir para a escola. Essa história foi adaptada e serviu de roteiro para um filme que ele mesmo dirigiu, “Care of Footpath”. O filme custou cerca de um milhão de euros e concorreu no Giffoni Film Festival.

A produtora brasileira Ana Cristina Costa e Silva, da Dharma Filmes, de Brasília, vivenciou esse choque de cultura e de formato de negócios ao realizar a co-produção Brasil-Índia de um longa-metragem. O filme se chama “Tamarindo”, é do diretor e roteirista indiano Indranil Chakravarty.

Ana Carla Fonseca Reis, citada na matéria, lançou recentemente a antologia digital “Economia Criativa como Estratégia de Desenvolvimento – uma visão dos países em desenvolvimento”. Co-edição entre Garimpo de Soluções e Itaú Cultural. O objetivo do trabalho é animar o debate acerca do que é economia criativa, se constitui ou não uma estratégia de desenvolvimento possível e, em caso positivo, o que deve ser feito para que esse potencial se concretize. Para incrementar o acesso a essa discussão, o livro digital está disponível para download gratuito, em português, espanhol e inglês, nos sites http://www.garimpodesolucoes.com.br e www.itaucultural.org.br. O livro conta com um capítulo escrito pela entrevistada Sharada Ramanathan.